sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Uma breve consideração sobre o Calvinismo

O sistema de doutrina que carrega o nome de João Calvino de forma alguma foi originado por ele (o próprio Calvino repudiava contundentemente este apelido). Calvinismo é meramente um apelido pelo qual os teólogos referem-se ao dogma ensinado por toda a Sagrada Escritura, inclusive na doutrina apostólica. Calvino foi quem elaborou, pela primeira vez, estes princípios doutrinários em um sistema formal, porém estes princípios doutrinários não se originaram com João Calvino, mas sim das Escrituras Sagradas.

Historicamente a Igreja Cristã tem sido predominantemente Calvinista. O segundo e terceiro século não produziram um tratado de teologia sistemática per se (por si só), mas os escritos do período Patrístico (teólogos a partir do final do século I, logo que o Novo Testamento foi concluído) revelam o Calvinismo. As doutrinas destes primeiros anos foram desenvolvidas adicionalmente durante o tempo de Agostinho de Hipona (354-430 d.C), uma das maiores mentes teológicas que Deus já deu à sua igreja. Agostinho foi tão fortemente Calvinista, que João Calvino referia a si mesmo como um teólogo Agostiniano. A teologia de Agostinho dominou a igreja por um milênio. Durante este período da Idade Média (400-1500 d.C), vários Calvinistas (e.g., John Wycliffe [traduziu a Bíblia para o Inglês] e John Hus [precursor da reforma e mártir, sendo queimado vivo por não negar a Cristo]) adornaram o cenário teológico.

Com a chegada dos séculos 16 e 17, temos homens tais como Martinho Lutero (figura central da Reforma Protestante), João Calvino (teólogo francês), John Knox (grande nome da reforma escocesa) e uma multidão de outros, sustentaram as doutrinas básicas Calvinistas.

Os Puritanos ingleses foram fortemente Calvinistas. Homens tais como John Owen (considerado um dos três maiores teólogos de todos os tempos) e John Bunyan (pregador Batista e autor do segundo livro mais vendido no mundo depois da Bíblia: O Peregrino) e todos os outros eram Calvinistas.

Os grandes credos da Igreja foram formulados durante este tempo. A Confissão Escocesa (1560), Confissão Belga (1561), Catecismo de Heidelberg (1563), Segunda Confissão Helvética (1566), Trinta e nove Artigos da Igreja da Inglaterra (1562, 1571), Cânones do Sínodo de Dort (1619), Confissão de Fé de Westminster (1647), Declaração de Savoy (1658), a Formula Consensus Helveticus (1675) e a Confissão de Fé Batista de Londres (1689) são todos eles credos Calvinistas.

Os séculos 17 e 18 viram Calvinistas tais como John Gill (o primeiro grande escritor teólogo Batista), George Whitefield (conhecido como o príncipe dos pregadores ao ar livre), Jonathan Edwards (pregador, teólogo e missionário aos índios americanos, autor do sermão pecadores nas Mãos de um Deus Irado), David Brainerd (deu sua vida por missões aos índios americanos, morreu com 29 anos, deixando um diário contando suas experiências com DEUS, o qual influenciou a muitos a darem sua vida no campo missionário), Adoniram Judson (missionário batista na Birmânia, onde ajudou na organização da língua birmanesa e na tradução da Bíblia para o birmanês), Luther Rice (o primeiro missionário batista a por os pés em terras brasileiras) e João Ferreira de Almeida (sim, o tradutor da Bíblia que você usa) serem usados poderosamente por Deus.

Os séculos 19 e 20 produziram outros Calvinistas notáveis. Charles Spurgeon (pastor batista considerado o príncipe dos pregadores, chegando a pregar para uma multidão de exatamente 23.654 pessoas e 14.692 pessoas foram batizadas sob seu pastoreado), Charles Hodge (grande exegeta [arte de interpretar a Bíblia] de sua época), William Carey (pastor batista conhecido como o pai das missões modernas e um dos fundadores da Sociedade Batista Missionária nos Estados Unidos, foi missionário na colônia dinamarquesa, Serampore, Índia, evangelizou e fundou escolas, traduziu a Bíblia para o bengali, sânscrito e inúmeras outras línguas e dialetos), George Müller (o príncipe entre os intercessores, deixou um diário com cerca de 50.000 de suas orações respondidas, costumava ler toda a Bíblia quatro vezes por ano, missionário entre os órfãos cuidou de 10.024 órfãos em sua vida, sendo conhecido por fornecer uma ótima educação para as crianças sob seus cuidados, estabeleceu 117 escolas que ofereciam educação cristã para mais de 120.000 crianças órfãs e em 20 anos construiu cinco grandes orfanatos na Inglaterra, sem pedir um centavo para ninguém, apenas orando e crendo na providência Divina), David Livingstone (missionário escocês na áfrica), Hudson Taylor (missionário inglês que dedicou 51 anos de sua vida na China, fundando a Missão no Interior da China, responsável pelo envio de mais de 800 missionários ao país que começaram 125 escolas e diretamente resultou na conversão de 18.000 pessoas, também como no estabelecimento de mais de 300 estações de trabalho com mais de 500 colaboradores locais em todas as dezoito províncias chinesas), John Newton (ex-traficante de escravo que após a conversão lutou pela abolição da escravatura nos Estados Unidos é o compositor do belo e mundialmente conhecido hino Amazing Grace), William Teophilus Brantley Jr. (enviado ao Brasil para examinar a possibilidade de enviar missionários) e milhares de outros.

Eu poderia continuar citando aqui nomes e trechos de biografias de grandes Batistas, homens fiéis a DEUS,  que eram calvinistas comprometidos, bem como firmes na evangelização, pois o Calvinismo tem caracterizado os batistas autênticos em sua história. O Calvinismo é a única doutrina sobre a qual podemos afirmar que é endêmico (exclusivamente ligada, inseparável, própria) à história, ao ensino e à herança dos batistas. Nós podemos correr uma linha dourada até o próprio Jesus Cristo, através de uma santa sucessão de vigorosos servos de DEUS, todos os quais defenderam estas gloriosas verdades; e podemos perguntar a seu respeito: Onde você encontraria homens melhores e mais consagrados no mundo?.

Eu tenho ouvido que o Calvinismo é uma "doutrina perigosa". Não sei quem terá a audácia de fazer esta afirmação quando considerar que os mais santos dentre os homens foram Calvinistas. Pergunto ao homem que se atreve a dizer que o Calvinismo é uma "doutrina perigosa", o que ele pensa do caráter de todos os nomes que foram  citados aqui, que em sucessivas eras foram grandes expoentes do Calvinismo; ou o que diria dos Puritanos, cujas obras são Calvinistas; ou dos primeiros missionários batistas que chegaram ao Brasil, também Calvinistas?

Portanto, aqueles que têm chamado o Calvinismo de "doutrina perigosa" infelizmente não sabem nada a seu respeito.

J.D. Berean (compilado)

www.obereano.webnode.com.br

domingo, 2 de outubro de 2011

Se gostar, fico!

Ontem, li no para-brisa de um carro o seguinte: "Ministério fiel é Deus, Igreja AD em Santo Aleixo. Fui, gostei e fiquei".

Cada um divulga seu produto como melhor entende. Acontece que esse desvirtuamento no pensamento geral de tudo que envolve Igreja em nossos dias, que não é exceção, é regra, não me passa como concebível.

De trás pra frente. A igreja tem que agradar; é um mercado aberto e adereçado para satisfazer os mais variados desejos de seus clientes. Fico porque gosto, ou só fico se gostar. Igreja passa de uma necessidade transformada em conveniência. Conforme a lei do mercado, quem manda é o cliente, e na igreja, quem manda não é mais o dono da igreja, mas quem vai à Igreja. Ainda ouvimos muito se dizer que quem manda na Igreja é Cristo, infelizmente não passa de balela conveniente, ou não se percebeu que de fato isso deixou de ser verdade, com raríssimas exceções.

Fiel é Deus (e não Deus é fiel). Não só nos desobriga de ser, como discretamente apresenta um álibi para qualquer infidelidade, pois quem é fiel é Deus, logo não me exija tal atributo.

Sendo capaz de escrever e divulgar tal coisa, imagine o que permeia uma mente que frutifica tal asneira!

O que li, não foi apenas um "slogan", mas uma epidêmica mentalidade mais próxima do que se possa imaginar.

"E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões" (Mateus 21.13).

Edson Cavalcante dos Santos

sábado, 1 de outubro de 2011

Mais da metade dos pastores nunca leram a Bíblia inteira

Cerca de 50,68% dos pastores e líderes nunca leram a Bíblia Sagrada por inteira pelo menos uma vez. O resultado é fruto de uma pesquisa feita pelo atual editor e jornalista da Abba Press & Sociedade Bíblica Ibero-Americana Oswaldo Paião, com 1255 entrevistados de diversas denominações, sendo que 835 participaram de um painel de aprofundamento. O motivo é a "falta de tempo", apontaram os entrevistados.

Oswaldo conta que a pesquisa se deu através de uma amostragem confiável e que foi delimitada. Segundo ele a falta de tempo e ênfase na pregação expositiva são os principais impedimentos. "A falta de uma disciplina pessoal para determinar uma leitura sistemática, reflexiva e contínua das escrituras sagradas e pressão por parte do povo, que hoje em dia cobra por respostas rápidas, positivas e soluções instantâneas para problemas urgentes, sobretudo os ligados a finanças, saúde e vida sentimental", enumera Oswaldo.

A maioria dos pastores corre o dia todo para resolver os problemas práticos e urgentes dos membros de suas igrejas e os pessoais. Outros precisam complementar a renda familiar e acaba tendo outra atividade, fora a agenda lotada de compromisso. Os pastores da atualidade, em geral, segundo Paião, são mais temáticos, superficiais, carregam na retórica, usam (conscientemente ou não) elementos da neurolinguística, motivação coletiva, força do pensamento positivo e outras muletas didáticas e psicológicas. Oswaldo arrisca dizer que muitos "pastores precisam rever seus conceitos teológicos e eclesiológicos, sem falar de ética e moral, simplesmente ao ler com atenção e reflexão os livros de Romanos, Hebreus e Gálatas. E antes de ficarem tocando Shofar e criando misticismo, deveriam ler a Torá com toda a atenção, reverência e senso crítico".

sábado, 10 de setembro de 2011

Sinais?

Se não virdes sinais e milagres, não crereis. (Jo 4:48)

Um sintoma do estado doentio da mente do homem nos dias do Senhor era o ardente desejo de ver prodígios. Recusavam os mantimentos sólidos e ansiavam meros portentos. O Evangelho, de que eles tanto necessitavam, não o queriam ter. Os milagres, que Jesus nem sempre queria obrar, eles avidamente os reclamavam. Muitos hoje em dia têm de ver sinais e maravilhas, ou senão não acreditam. Alguns disseram nos seus corações: "Eu tenho de sentir um profundo horror na alma, senão não acreditarei em Jesus." Mas… e se nunca chegares a sentir esse horror, como provavelmente nunca o sentirás? Queres ir para o Inferno por despeito contra Deus, porque Ele não quer tratar-te como trata os outros? Alguém disse a si mesmo: "Se eu tivesse um sonho ou se sentisse uma repentina paralisia de não sei o que, então acreditaria." Assim tu, indigno mortal, pensas que o meu Senhor será mandado por ti? Tu és um mendigo que estás à Sua porta pedindo misericórdia, e tens necessariamente de prescrever regras e regulamentos quanto a como Ele te tem de dar essa graça? Achas que Deus Se submeterá a tal coisa alguma vez? Meu Senhor é de espírito generoso, mas tem um coração muito régio e justo; por isso Ele recusa com desprezo toda a imposição e mantém a Sua soberania de ação. Se for esta a tua situação, amado leitor, por que anseias por sinais e prodígios? O Evangelho, não é em si mesmo um sinal e um prodígio? Não é um milagre de milagres que "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigénito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna"? Sem dúvida, as palavras preciosas "Quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida" e esta solene promessa: "O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" são melhores do que os sinais e os prodígios. Um Salvador veraz deve ser acreditado. Ele mesmo é a verdade. Por que tens de pedir provas da veracidade de Alguém que não pode mentir? Os demónios declaram que Ele é o Filho de Deus, e tu não tens confiança nEle?

Charles Haddon Spurgeon (1834 - 1892)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Nas mãos de deus? Mas de qual deus?


Mas de qual deus?

Esta famigerada logomarca já virou febre entre os "evangélicos", podendo ser vista desde em forma de adesivos em carros e vidraças, até estampada em camisetas e fachadas de igrejas. Se me permites, gostaria de tecer alguns comentários sobre está nova febre.

Esta logomarca foi criada por uma seita de linhagem Wesleyana denominada "Igreja do Nazareno", e hoje é difundida e distribuída por todas as seitas pentecostais e, infelizmente, por alguns "batistas" também. Entre as heresias propagadas pela seita criadora desta logomarca, destaco [todos os pontos foram retirados da "declaração de fé" oficial desta seita]:

1. São arminianos. Creem que uma pessoa regenerada e santificada pode cair da graça, apostatar-se e a menos que se arrependa do seu pecado ficará eternamente perdida e sem esperança;

2. Creem na "santificação" Wesleyana, de onde surgiu a heresia do segundo batismo, base "doutrinária" do pentecostalismo. Esta doutrina afirma que devemos ser santificados no coração mesmo nesta vida, e que esse estado de santidade não se alcança na ocasião da justificação ou regeneração [CONVERSÃO], mas é recebido pela fé precedida pela inteira consagração e é operada pelo Espírito Santo [O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO, OU A SEGUNDA BENÇÃO] e pode ser atingido pela graça de Deus mesmo enquanto vivemos num mundo em que abunda o pecado;

3. Creem que o pecado original continua a existir na nova vida do regenerado, até que seja erradicado pelo batismo com o Espírito Santo (a tal "santificação" do item 2);

4. Creem que a santificação é operada pelo batismo com o Espírito santo e compreende numa só experiência a purificação do coração e a permanente presença íntima do espírito santo dando ao crente poder para uma vida santa e para serviço. Isto também é conhecido pelos termos: Perfeição Cristã, Perfeito Amor, Pureza de Coração, Batismo com o Espírito Santo, Plenitude da Benção e Santidade Cristã;

5. Creem que o batismo é um sacramento que significa a aceitação do benefício da expiação de Jesus Cristo e que pode ser administrado por aspersão, afusão ou imersão;

6. Creem que a ceia é um sacramento declarativo da morte sacrificial de Jesus;

7. Creem nas demais heresias pentecostais, tais como línguas, sinais, etc.

Isto pode parecer bobagem e fanatismo de minha parte, mas é através de modismos e "pequenas coisas" que o diabo, nosso adversário, se aproveita para invadir, saquear e destruir nossa Doutrina, Igrejas e Família, introduzindo heresias e um "outro evangelho".

Creio que como Batistas, devemos ser separatistas e estarmos alertas com todo este modismo "gospel penteca" que tem entrado em nossas Igrejas Batistas. As heresias dificilmente entram pela porta da frente de nossas congregações, mas pelas janelas e frestas abertas. Um pouco de fermento leveda toda a massa (Gálatas 5:9).

A serviço do Rei Jesus,

J.D. Berean

Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim (Mt 24:46)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Origem dos atuais Católicos Carismáticos

Adjetivei-os na condição de atuais porque, repito, desde sempre a religião romanista criou e prestigiou seus fieis, suas freiras e seus clérigos carismáticos. Se o indivíduo não foi carismático, isto é, se não possuiu algum "dom" prodigioso, impossível ser canonizado "santo". Uma das mais rigorosas exigências, a principal, do processo canonizatório é a da prova ou comprovação das virtudes heróicas do candidato feita através de milagres. Cada estágio da canonização: o da introdução do processo quando os postulantes do concorrente são obrigados a fundamentarem sua petição em três prodígios, o da declaração de sua bem-aventurança e o da canonização propriamente dita, requer a demonstração de pelo menos três portentos de "veracidade comprovada".

O Concilio Vaticano II marcou uma fase de transição do catolicismo romano. Por sentir a urgente necessidade de se adaptar as novas condições econômico-político-sociais e religiosas do mundo, a hierarquia clerical alvitrou conformar se a elas.

De resto, e a velha tática do clero. Toda vez que é chamado à encruzilhada histórica de adaptar-se ou morrer, prefere, para não morrer, acomodar-se as novas conjunturas. Já que nunca pode transformar as estruturas sociais, a elas se encaixa.

Este foi o principal objetivo do Concílio Ecumênico Vaticano II, que, na artimanha de adaptação, se abriu em leque em atuações diversificadas. No terreno sócio-político desfraldou bandeiras socialistas e na área religiosa arreganhou aberturas ecumenistas.

O ecumenismo examinei-o no livro de minha lavra O ECUMENISMO: SEUS OBJETIVOS E SEUS MÉTODOS, intenta também o retorno à comunhão vaticana das seitas dela dissidentes como os luteranos e os anglicanos em todas as suas ramificações.

Essas seitas católicas afastadas da barca pontifícia, vulgarmente conhecidas como protestantes, aceitaram o assédio ecumenista do clero romano e na mesa comum do "dialogo" seus representantes tem se sentado no afã de aparar as arestas responsáveis pelo seu distanciamento da comunidade vaticana.

João Paulo II, repito pela milésima vez, é o sumo pontífice que o romanismo atual precisava. Veio na hora exata. Sua exuberante atuação e firmada no programa consciente de capitalizar o máximo em todos os espaços (políticos, sociais, financeiros e religiosos). Usufrutuário de prestígio multissecular do cargo de soberano pontífice da mais rica e poderosa religião do mundo, em benefício dela própria, João Paulo II se empenha ao extremo.

Sua próxima viagem à Inglaterra, prevista para agosto deste ano de 1982, visa a respaldar as últimas decisões dos encontros ecumênicos do clero das duas seitas: a vaticana e a anglicana. Com certeza o seu pontificado se assinalara na história do romanismo pela consumação do regresso dos anglicanos e parte dos luteranos ao seio da "santa madre".

Dado o seu desenvolvimento no meio das massas populares o pentecostalismo chamou a atenção da hierarquia vaticanista.

Se a manobra do "dialogo" ecumenistizante vem dando certo com os anglicanos, luteranos e ortodoxos, pelo menos de inicio era inviável e improdutiva com os pentecostalistas. Distinguem-se estes pelo exercício dos "dons espirituais" ou "carismáticos" incentivados na exaltação das emoções.

Destarte a hierarquia resolveu penetrar nas áreas pentecostalistas valendo-se de suas próprias praticas. Praticas estas, outrossim, próprias da atuação do clero romanista no decurso de sua existência.

A perspicácia clerical verificou com acerco ser a nação norte-americana o lugar mais conveniente para o início de sua atual investida carismática.

A hierarquia vaticana é genial em seus planos e na execução deles. Começa por aí: para cada empreendimento específico tem o indivíduo específico adrede preparado.

Nesta empresa o indivíduo talhado foi o sacerdote jesuíta Edward O'Connor, da Universidade Católica de Notre Dame. Mentor espiritual de Steve Clark e Ralph Martin Keiter, considerando-os adequados instrumentos na sua investida, resolveu usá-los na explosão carismática vaticana tendente a ecumenistizar os pentecostalistas. Colocou-lhes nas mãos, em princípios de 1966, os dois livros: A CRUZ E O PUNHAL, de David Wilkerson, e ELES FALARAM EM OUTRAS LÍNGUAS, de John Sherril. Lendo-os, segundo as previsões de O'Connor, assimilaram sua orientação e passaram a freqüentar "reuniões de poder" dos pentecostalistas.

Clark e Keifer, dois leigos católicos engajados nos Cursilhos de Cristandade, o movimento desencadeado pelo clero após o Concilio Vaticano II com o propósito de dinamizar as praticas religiosas entre os fieis católicos em função do ecumenismo.

Comprovaram ambos a sua acertada escolha pelo jesuíta O'Connor pois sentiam as mesmas experiências pentecostalistas influenciados que eram por aquelas "reuniões de poder".

O seu preparo excedeu as mais otimistas expectativas de seu mentor espiritual. Devidamente preparados, portanto, compareceram Keifere Clark, no Outono de 1966, à Convenção Nacional dos Cursilhos de Cristandade, celebrada em dependências da Universidade Católica Duquesne do Espírito Santo, na cidade de Pittsburg, Pennsylvania. Se os relatórios das atividades ecumenistas revelavam progresso em certos meios protestantes, em geral, também demonstravam o fracasso delas nos círculos pentecostalistas.

Steve Clark e Ralph Keifer tiveram então a oportunidade de dar seu testemunho de atuação positiva nesses ambientes até então refratários ao "diálogo" ecumenista. Falaram sobre aqueles dois livros pentecostalistas e espalharam exemplares deles a muitos companheiros cursilhistas.

Terminada Convenção dos Cursilhos, sucedeu um espontâneo (?) encontro de pessoas despertadas pela palavra de Clark e Keifer e interessadas nas novas experiências.

O ambiente daquela colina batida por constante brisa forte do Outono facilitou o cenário do pentecostal "vento impetuoso". As reuniões, por seu turno, criaram o clima psicológico favorável à ocorrência do chamado batismo no Espírito Santo dos moldes pentecostalistas.

Com efeito, as manifestações carismáticas não se fizeram retardar. E no ambiente de extrema excitação nervosa predominaram as línguas "estranhas".

Deu-se o inicio do novo surto pentecostalista nos horizontes romanistas.

Aníbal Pereira dos Reis (ex-padre católico romano).
Fonte: Católicos Carismáticos e Pentecostais Católicos,
Edições Caminho de Damasco, 2ª edição, São Paulo, 1992.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Notícias mentirosas em site pentecostal sobre ressurreições em Teresópolis repercutem no exterior

Sensacionalismo em meio à tragédia: Site pentecostal altera capa de jornal para divulgar falsa ressurreição

O Brasil passou recentemente pelo maior desastre natural de sua história. Enquanto centenas de pessoas choram seus mortos e outros milhares ainda precisam de ajuda, boatos que rondam esse tipo de situação surgem a todo momento.

Infelizmente, algumas notícias falsas chegaram também à internet e foram reproduzidas nesta semana no Heling Herald. O site cristão divulgou uma nota sobre a suposta ressurreição de 16 pessoas em Teresópolis. Para piorar, a imagem de capa do jornal Diário de Teresópolis foi manipulada digitalmente para tentar atestar o que foi chamado de “sinal divino”.

Propriedade de membros da igreja Bethel, na Califórnia, o site cristão se diz especializado em relatar curas e milagres. Eis um trecho da matéria que, segundo o Hearling Herald, teria sido extraída do jornal Diário de Teresópolis:

Uma enfermeira está liderando uma equipe de missionários formada por médicos e enfermeiros no Brasil. Eles saíram em 13 de janeiro e ficarão por lá até o dia 28 de janeiro. No dia 12 houve grandes enchentes no Brasil e mais de 600 pessoas morreram. Eles não viajaram por esse motivo, mas estavam lá quando tudo aconteceu. Apenas uma pessoa da equipe já havia experimentado o poder do Espírito Santo em milagres! Ela pediu a amigos para que orassem, e eles atenderam.

Um amigo enviou-lhe um curto e-mail no dia 13, com uma palavra pequena, e ela conta como a equipe foi abençoada por aquilo. Na noite seguinte, o mesmo amigo lhe enviou outro e-mail. A enfermeira disse que quando leu o e-mail para sua equipe na capela, no sábado (15/1) pela manhã, todos os membros da equipe caíram sob o poder de Deus. Elas ficam incapazes de se mover por mais de uma hora, enquanto alguém relia o e-mail sem parar. Depois, o Espírito Santo lhes disse para ir ao necrotério orar pelos mortos e eles obedeceram imediatamente. [...]

Eis a transcrição da suposta notícia do jornal brasileiro, segundo o Healing Herald:

CALEME, Teresópolis, Brasil – As pessoas do bairro do Caleme testemunharam sábado (5/1), corpos ressuscitados dentre os mortos na rua. Outros 10 corpos do necrotério foram trazidos de volta à vida. Uma mulher que morreu afogada também voltou a viver. As pessoas em Caleme informaram que cinco homens estrangeiros se aproximaram dos corpos e gritaram: “Levante-se [sic] e vivam em nome de Jesus”. Os corpos começaram a tremer, se levantaram, caminharam e agora todos estão vivos.

Os outros que voltaram à vida estavam no necrotério desde quarta-feira. As pessoas têm falado com os ressuscitados, que ainda estão fracos, mas que foram capazes de relatar: “Eu estava em um lugar escuro, com muitas pessoas chorando, gritando. Eu estava dormindo? Agora eu estou vivo! “. “Eu sei que estava morta. Eu estava em um lugar escuro, feio. Não sei o que aconteceu, mas estou de volta à vida. Deus está vivo”. As famílias desses mortos agora comemoram com muita alegria. Há esperança no bairro Caleme desde sábado.


Sediado em Terosópolis, o site Badarts publicou uma denúncia repudiando a falsa notícia. Depois de receber email contestando os fatos apresentados, desde ontem o site da igreja americana exibe um alerta de que a notícia “pode não ser verdadeira”, mas diz confiar em suas fontes. Deixa ainda explícito na nota que acreditar ou não no milagre é uma escolha do leitor.

Infelizmente, parte da chamada “imprensa cristã” não checa as fontes e divulga fatos que não podem ser comprovados. Apelar para a fé e supostamente defender a “ação de Deus” em casos como esse é uma manipulação da notícia e dos leitores. Esse tipo de notícia se espalha rapidamente na internet e foi reproduzida como fatual em vários sites e divulgada no Twitter. Não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece (leia aqui).

Extraído do PavaBlog

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A "missionarinha" e as falsas curas


Neste vídeo - exibido em 21/10/2010 pelo SBT, no programa Conexão Repórter - assistimos uma menina conhecida por “missionarinha”, que, supostamente, cura pessoas num templo comandado por seu pai, que diz-se “pastor”. Na reportagem, ve-se claramente uma criança utilizada (exploração do trabalho infantil?) e moldada segundo o modelo imposto e emulado por pessoas religiosas e ávidas por sinais e maravilhas (e dinheiro também?) de que Deus a usaria para realizar prodígios de cura. A criança, em entrevista, diz perante as câmeras que é “feliz”, e que “gosta” do que faz e que é “uma criança normal”, com um discurso quase que mecânico programado.

O pior de tudo no que foi exibido (além da clara idolatria à menina curandeira) é que, depois de os declarados instantaneamente “curados” irem à frente - para o êxtase geral dos fiéis que lotavam o templo e, na certa, o gazofilácio daquela "igreja" também - pudemos observar tristes resultados: uma grande piora no quadro clínico de uma senhora que tinha esporões nos pés, sofria grandes dores e não podia andar direito; e o falecimento de um rapaz por complicações de um câncer que atingia os órgãos internos, que lhe causava dores abdominais e que o havia motivado a buscar a cura. Coisas assim têm um impacto arrasador na fé das pessoas e no testemunho cristão. Assim, entrevistado por Roberto Cabrini, âncora do programa, que buscava explicações para essas "curas que não deram" certo, o "pastor" culpou a fé das pessoas, buscando afastar de si as responsabilidade pelas melhoras que não ocorreram.

Infelizmente, isso não é um evento isolado, mas algo "normal" e habitual no meio pentecostal. Como já propomos aqui no blog (e ninguém ainda aceitou o desafio), desafiamos este "pastor" e sua "missionarinha" (e qualquer outro penteca) a ir ao hospital do câncer infantil de sua cidade e curar as crianças que estão ali sofrendo e morrendo todos os dias. A fé de uma criança é a maís pura e genuína que existe, então a estas não poderão acusar de que a cura não aconteceu por falta de "fé"! Por que ninguém vai? Será que o "deus" dos pentecas é frouxo e mentiroso?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O caos carismático

O que é verdadeira espiritualidade? Deus promete saúde e prosperidade a todos os crentes? Como os dons espirituais atuam? Respondendo a essas perguntas, John MacArthur faz um exame do movimento carismático e de seu efeito na igreja de Cristo. "Minha principal preocupação", afirma o autor, "é conclamar a igreja para um compromisso firme com a pureza e a autoridade das Escrituras e, por meio desse compromisso, fortalecer a unidade da igreja verdadeira". Este lançamento é uma exortação para que os leitores conheçam o que Palavra de Deus ensina acerca de milagres e revelações.

Baixe este livro (gratuito) diretamente da editora:

www.editorafiel.com.br/caoscarismatico/

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