sábado, 27 de novembro de 2010

Um Templo ou um Teatro?

Os homens parecem nos dizer: "Não há qualquer utilidade em seguirmos o velho método, arrebatando um aqui e outro ali da grande multidão. Queremos um método mais eficaz. Esperar até que as pessoas sejam nascidas de novo e se tornem seguidores de Cristo é um processo demorado. Vamos abolir a separação que existe entre os regenerados e os não-regenerados. Venham à igreja, todos vocês, convertidos ou não-convertidos. Vocês têm bons desejos e boas resoluções: isto é suficiente; não se preocupem com mais nada.

É verdade que vocês não crêem no evangelho, mas nós também não cremos nele. Se vocês crêem em alguma coisa, venham. Se vocês não crêem em nada, não se preocupem; a 'dúvida sincera' de vocês é muito melhor do que a fé".

Talvez o leitor diga: "Mas ninguém fala desta maneira". É provável que eles não usem esta linguagem, porem este é o verdadeiro significado do cristianismo de nossos dias. Esta é a tendência de nossa época. Posso justificar a afirmação abrangente que acabei de fazer, utilizando a atitude de certos pastores que estão traindo astuciosamente nosso sagrado evangelho sob o pretexto de adaptá-lo a esta época progressista.

O novo método consiste em incorporar o mundo à igreja e, deste modo, incluir grandes áreas em seus limites. Por meio de apresentações dramatizadas, os pastores fazem com que as casas de oração se assemelhem a teatros; transformam o culto em shows musicais e os sermões, em arengas políticas ou ensaios filosóficos. Na verdade, eles transformam o templo em teatro e os servos de Deus, em atores cujo objetivo é entreter os homens. Não é verdade que o Dia do Senhor está se tornando, cada vez mais, um dia de recreação e de ociosidade; e a Casa do Senhor, um templo pagão cheio de ídolos ou um clube social onde existe mais entusiasmo por divertimento do que o zelo de Deus?

Ai de mim! Os limites estão destruídos, e as paredes, arrasadas; e para muitas pessoas não existe igreja nenhuma, exceto aquela que é uma parte do mundo; e nenhum Deus, exceto aquela força desconhecida por meio da qual operam as forças da natureza. Não me demorarei mais falando a respeito desta proposta tão deplorável.

Charles Haddon Spurgeon (1834 - 1892)

Um comentário:

Dc. Henri - membro da PIB Magé e da OBBH. disse...

O que me chama a atenção no que Spurgeon escreveu é a percepção dele quanto ao que ocorreria no futuro diante do abandono da Palavra e valorização do entretenimento. E muito me adimiro de que haja liderança e pastores que insistem em algo que há tanto tempo já se dizia fora do propósito divino.

Considerando que naquela época tudo era mais atrasado e que por isso hoje deveríamos estar adiantados, percebo que estamos adiantados na satisfação carnal. O que ele dizia naquela época é aceito tranquilamente nas Igrejas como se fosse algo muito normal. E aqueles que se posicionam contra somos considerados fora da realidade e desatualizados.

A Bíblia que antes era lida promovendo conversas sobre o que fora lido e incentivando atitudes conforme o que nEla estava escrito, agora é considerada obsoleta e por isso é substituída por outros livros.

Consequentemente tudo na Igreja vai tomando outra dimensão e os valores que eram pautada na Palavra, agora são pautados em comparação com o mundo e o que nele há. Seria como se fosse usado um prumo calibrado através de uma parede só um pouco torta.

Mas ainda temos uma coisa que Spurgeon não comentou. É quanto ao teatro interior. Porque o ser humano hoje vive no exterior do seu ser aquilo que não é conforme o seu interior. Aquilo que incomodava Spurgeon, hoje é muito pior. E consequentemente estraga ainda mais a tentativa de comunhão entre aqueles que participam de uma Igreja. Pior do que querer enganar o outro é tentar viver uma vida enganando a si mesmo.

Haja ópio para anestesiar o enganador de si mesmo.

A Bíblia, por ser antídoto ao ópio, é rejeitada. Quando lida é apenas para compor uma parte do culto. Normalmente uma pequena e rápida leitura que é abafada pelos cânticos "espirituais" que retiram da mente o que foi lido!

Os cânticos, falam de coisas que alentam ao fingido. Alimentam sua função mental para que consiga ir vivendo no engano como se vivesse uma vida reta. Trazem consigo elementos que buscam substituir a Bíblia, a Palavra de Deus e que são arremedos de uma falsa alegria, principalmente porque atuam na área psicológica de maneira a confundir o êxtase com a Ação do Espírito Santo.

Como um agente de dependência fica enfraquecido com o tempo é preciso arrumar algo novo ou mais potente para que o organismo permaneça dopado. E na música temos visto isso e sendo ajudado por outras coisas que os carnais conseguem inventar. As criaturas são muito criativas em arrumar estratégias que desviem de si o pensar e meditar na Palavra de Deus.

E então, você continuará se aplicando a morfina das heresias que multiplicam a sensação de bem estar mental como se fosse algo espiritual?

Troque tudo isso pela experiência da leitura e meditação na Palavra de Deus, seguida da prática que oferece plena alegria no serviço e não acaba trazendo a sensação de vazio, antes preenche de satisfação por estar cumprindo a vontade do Pai.

Satisfação tão grande que não precisará de "cânticos para alegrar", porque passará a cantar por causa da alegria que há no seu interior. A alegria que tem aqueles que foram transformados de criaturas em filhos de Deus pelo poder do Evangelho.

Deus nos abençoe!

Dc. Henri - membro da PIB Magé e da OBBH.


Felicidade é estar no centro da vontade de Deus!!!

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário!
[Identifique-se com o seu nome e e-mail]

Assine O Bereano

Seguidores